sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Escalada - Via Entre Quatro Paredes - Costão - Face Leste - Itacoatiara

Por Leandro do Carmo

Via Entre Quatro Paredes


Local: Morro do Tucum (Costão) Itacoatiara – Face Leste
Data: 05/02/2012
Participantes: Leandro do Carmo e Eny


Havia feito minha inscrição no Clube Niteroiense de Montanhismo e precisava fazer uma avaliação técnica para poder participar das atividades. Recebi um e-mail da Eny me avisando que eu guiaria a via Entre Quatro Paredes. Dei uma olhada no croqui e vi que era muito tranquila, com um crux em IV, bem no início. Nunca havia entrado em nenhuma via desta face, nem ao menos sabia onde ficava trilha de acesso, somente a trilha principal, apesar de conhecer bem o local.

E assim fomos. Chegamos a entrada do parque por volta de 15:45 h, depois de passar alguns minutos tentando achar uma vaga para o carro. Como o dia estava extremamente quente, a praia estava lotada. Seguimos a trilha em direção ao Bananal e antes de cortar o caminho d’água, a trilha até a base começa à direita. Não muito óbvia, mas é só pegar uma linha reta, que chega na parede. Assim que se chega, entra de frente a via Novos Horizontes, aí é só caminhar para a esquerda, procurando um platô de mato acima e localizar o primeiro grampo.

Quando chegarmos na base da via, conversamos um pouco sobre os procedimentos de segurança, minha experiência em escalada, equipamento, etc.

Nos arrumamos e ficou decidido que faríamos a primeira parada antes da horizontal, pois a Eny não me conhecia e queria conversar sobre alguns procedimentos, afinal de contas, era uma avaliação. Iniciei a escalada. Cheguei rapidamente ao primeiro grampo e logo em seguida, veio o crux da via, um IIIsup, que fiz em aderência, não me importando muito em procurar agarras. Costurei o terceiro grampo e demorei um pouco até achar o quarto, a cor dele, o deixava camuflado na rocha. Achado o grampo, montei a parada e liberei a Eny para subir.

Quando a Eny chegou, conversamos sobre uma situação em que o participante não quisesse fazer a horizontal e não fosse possível rapelar do ponto onde estávamos. Situação semelhante já acontecera com a Eny e ela gostaria de saber como eu agiria nessa situação.

Simulamos alguns procedimentos caso o participante não quisesse continuar a escalada e que não fosse possível descer ou caso a descida fosse pior que continuar a escalada daquele ponto. Caso fosse possível o rapel, a escalada seria abortada imediatamente. Pensamos em dois casos:

1º - o guia faz o lance da horizontal e o participante não quer continuar com medo de pendular;
2º - o guia ainda não fez o lance e o participante avisa que não quer continuar.

No primeiro caso, após o guia chegar no grampo e montar a parada, o participante deverá:

Passo 1: fazer uma aselha na corda e predê-la no loop com um mosquetão para ficar preso ao guia e evitar de perder a corda;
Passo 2: desfaz o oito pela ponta, passa a ponta da corda por dentro do olhal do grampo no sentido guia participante e refaz o oito pela ponta, prendendo-se a corda novamente;
Passo 3: desclipe o mosquetão do aselha e o desfaça o nó;
Passo 4: faça um prussik na corda esticada entre o grampo do guia e do participante, prendendo-o no loop;
Passo 5: O participante já pode desmontar a parada e iniciar horizontal; o guia dará segurança liberando a corda e não mais puxando. Atentar para o alongamento da corda, dependendo do tamanho da horizontal. Nesse caso, como não foi combinado nenhum procedimento antes, a atenção deve ser redobrada.

No 2º caso, como o guia ainda não saiu da parada, ele mesmo adotará os procedimentos, e poderá fazê-lo da seguinte forma:

Passo 1: desfaz o oito pela ponta e passa a corda pelo olhal do grampo, no sentido grampo da parada para o próximo grampo da horizontal;
Passo 2: refaça o oito pela ponta e já pode iniciar a escalada normalmente, depois de concluída os procedimentos padrões de segurança;
Passo 3: quando o guia chegar na parada, se prender, puxar o excesso de corda, o participante fará um prussik na corda esticada entre o grampo do guia e do participante, prendendo-o no loop;
O participante já pode desmontar a parada e iniciar horizontal; o guia dará segurança liberando a corda e não mais puxando. Atentar para o alongamento da corda, dependendo do tamanho da horizontal.

Passado o episódio hipotético, iniciei a segunda enfiada, fazendo a horizontal. Cheguei sem problemas ao grampo e costurei com uma fita longa, a fim de diminuir o arrasto da corda. Continuei subindo e montei a parada no quarto grampo. A Eny veio subindo e me pediu que eu não desse tranco nas cordas enquanto dava segurança e que também não mantivesse a corda muito esticada. Dali para cima eram mais dois grampos. Continuei a escalada e passei do último grampo para procurar um local com bom apoio de pés para fazer segurança de corpo para a Eny.

Dali subimos um vara mato até que chegamos no caminho para o alto do costão. Aí foi descer... Só esqueci de uma coisa: as fotos!!!!!!

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